Por Dom Lawson, traduzido por Nacho Belgrande.
Eu tive algumas experiências incríveis ao longo dos anos. Eu tinha acabado de começar a trabalhar para Peter Grant quando eu conheci Elvis Presley. O Led Zeppelin estava em Vegas e passamos dois dias com Elvis. Ele era demais. Tudo o que ele fez durante os dois dias que estivemos com ele foi dar presentes pras pessoas, como relógios, roupões e jóias. Com Elvis, ele devia ter umas 20 pessoas com ele o tempo todo; todo mundo estava dizendo sim. E ele estava usando cocaína na época, então você já via o fim chegando. Todos nós pensávamos que o encontraríamos mais e mais vezes, mas isso jamais aconteceria.
Nós também conhecemos o empresário de Elvis, Coronel Tom Parker. Ele era o maior pilantra que já nasceu. Quando ele morreu, devia 20 milhões de dólares aos cassinos. A maioria dos filmes de Elvis foi feita para pagar as dívidas de jogo do Coronel. O boato era que ele tinha matado uma mulher na Holanda, e é por isso que ele sempre tinha medo de sair dos EUA. E isso não fez muito bem pra Elvis. Mas isso é o rock n’ roll. Tudo gira em torno de personagens. Os empresários são sempre muito mais interessantes que os astros do rock.(...)
As drogas, as mulheres, tudo era feito com moderação. Nós nunca cancelamos um show, nunca perdemos ninguém no meio do caminho e ninguém sabia de fato o que estávamos fazendo. Houve mais groupies naquela turnê do que em qualquer turnê da história do rock n’ roll. Cerca de 75 por cento da platéia em todos os shows – e estávamos tocando pra 25 mil pessoas toda noite – eram moças entre 16 e 25 anos de idade e todas elas vinham ao show com uma coisa na cabeça: elas queriam dar pro Jon. Jon sobreviveu porque ele é um cuzão. Mas ele é o cuzão mais trabalhador do show business. Ele não vai se incomodar que eu diga isso.
AXL ROSE
Encontramos-nos com Axl nos anos 80 quando o Bon Jovi estava no auge. Ele e Jon nunca se deram bem de modo algum. Eles sempre estavam disputando pelo topo. Eu só achava que Axl era uma farsa total. Eu cresci com a escola inglesa de música, com vocalistas do naipe de Robert Plant e Roger Daltrey, astros do rock de verdade. Essa cara era uma farsa. Ele escreveu coisas muito boas, mas vai se fuder, aquilo nunca foi a maneira certa de se comportar. Você constrói sua reputação nas coisas que você faz em cima do palco, e eu acho que ele não tinha gás pra isso, especialmente quando você o compara a Jon, que era o maior frontman do mundo naquela altura.
Conseguíamos manter os dois afastados com muita dificuldade. Mas até ai, estávamos todos prontos pra esbofetear Axl de qualquer jeito, então ele não daria conta. Olhe pra Jon agora: um dos homens mais ricos da indústria musical, com a maior banda ao vivo do mundo hoje. Então eu apoiei um vencedor.(...)
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