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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Elvis cheirado, Axl Cuzão: as memórias do guarda-costas

Quando as coisas saem de controle, o guarda-costas dos astros MICHAEL FRANCIS é o cara que você gostaria de ter a seu lado. O currículo dele inclui atividades com um ELVIS PRESLEY cheiradão, morar com CHER, salvar PAUL RODGERS de ser coberto de chutes e escolher groupies pro BON JOVI. Só não derrame a cerveja dele.
Por Dom Lawson, traduzido por Nacho Belgrande.
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Ele pode ser um gigante de fala macia cujo sorriso gentil e aperto de mão firme, mas não aterrorizante sugere uma autoconfiança silenciosa, mas Michael ‘Danny’ Francis passou a maior parte de 40 anos salvando astros do rock de todo sortilégio de situações perigosas. Ele é, sem dúvida, o guarda-costas dos guarda-costas. O único homem no planeta que farreou com um Elvis Presley chapado de cocaína, foi babá de Cher, salvou Paul Rodgers do Bad Company de levar uma surra (várias vezes), e esteve ao lado de Jon Bom Jovi desde o tempo do humilde Ipswich Odeon até o mundo muito mais salubre dos jatinhos particulares lotados de groupies nas alturas. Tal como sua autobiografia de 2005, Star Man: The Right Man of Rock N’ Roll – publicada sobre o nome Michael Francis – indica, em sua vida, esse avô de 60 anos de idade nascido na zona norte de Londres já viu, e fez, basicamente tudo. E se você quisesse tentar a sorte, ele provavelmente poderia quebrá-lo como um graveto.ELVIS PRESLEY
Eu tive algumas experiências incríveis ao longo dos anos. Eu tinha acabado de começar a trabalhar para Peter Grant quando eu conheci Elvis Presley. O Led Zeppelin estava em Vegas e passamos dois dias com Elvis. Ele era demais. Tudo o que ele fez durante os dois dias que estivemos com ele foi dar presentes pras pessoas, como relógios, roupões e jóias. Com Elvis, ele devia ter umas 20 pessoas com ele o tempo todo; todo mundo estava dizendo sim. E ele estava usando cocaína na época, então você já via o fim chegando. Todos nós pensávamos que o encontraríamos mais e mais vezes, mas isso jamais aconteceria.
Nós também conhecemos o empresário de Elvis, Coronel Tom Parker. Ele era o maior pilantra que já nasceu. Quando ele morreu, devia 20 milhões de dólares aos cassinos. A maioria dos filmes de Elvis foi feita para pagar as dívidas de jogo do Coronel. O boato era que ele tinha matado uma mulher na Holanda, e é por isso que ele sempre tinha medo de sair dos EUA. E isso não fez muito bem pra Elvis. Mas isso é o rock n’ roll. Tudo gira em torno de personagens. Os empresários são sempre muito mais interessantes que os astros do rock.(...)
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BON JOVIQuando eu comecei a trabalhar para Jon ele ainda estava viajando em um ônibus de turnê, mas dentro de seis meses ele tinha seu próprio jato com o nome dele gravado. O Bon Jovi estava prestes a ter seu contrato com a gravadora cancelado, e daí Slippery When Wet foi lançado e chegou ao topo das paradas enquanto ainda estávamos tocando no Ipswich Odeon. A Slippery When Wet tornou-se a melhor turnê de rock n’ roll de todos os tempos.
As drogas, as mulheres, tudo era feito com moderação. Nós nunca cancelamos um show, nunca perdemos ninguém no meio do caminho e ninguém sabia de fato o que estávamos fazendo. Houve mais groupies naquela turnê do que em qualquer turnê da história do rock n’ roll. Cerca de 75 por cento da platéia em todos os shows – e estávamos tocando pra 25 mil pessoas toda noite – eram moças entre 16 e 25 anos de idade e todas elas vinham ao show com uma coisa na cabeça: elas queriam dar pro Jon. Jon sobreviveu porque ele é um cuzão. Mas ele é o cuzão mais trabalhador do show business. Ele não vai se incomodar que eu diga isso.
AXL ROSE
Encontramos-nos com Axl nos anos 80 quando o Bon Jovi estava no auge. Ele e Jon nunca se deram bem de modo algum. Eles sempre estavam disputando pelo topo. Eu só achava que Axl era uma farsa total. Eu cresci com a escola inglesa de música, com vocalistas do naipe de Robert Plant e Roger Daltrey, astros do rock de verdade. Essa cara era uma farsa. Ele escreveu coisas muito boas, mas vai se fuder, aquilo nunca foi a maneira certa de se comportar. Você constrói sua reputação nas coisas que você faz em cima do palco, e eu acho que ele não tinha gás pra isso, especialmente quando você o compara a Jon, que era o maior frontman do mundo naquela altura.
Conseguíamos manter os dois afastados com muita dificuldade. Mas até ai, estávamos todos prontos pra esbofetear Axl de qualquer jeito, então ele não daria conta. Olhe pra Jon agora: um dos homens mais ricos da indústria musical, com a maior banda ao vivo do mundo hoje. Então eu apoiei um vencedor.(...)

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