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terça-feira, 31 de julho de 2012

Metallica: All That Matters


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Vamos falar sobre o livro "Metallica - All That Matters", biografia escrita pelo jornalista Paul Stenning. A tradução do livro ficou a cargo do jornalista Bernardo Araújo (trabalha no jornal O Globo). Uma biografia de 365 páginas, fora diversas páginas com fotos da banda.
A biografia abrange a história da banda desde os primórdios em 1981 até o disco "Death Magnetic" e a indicação e entrada no Rock And Roll Hall Of Fame, em 2009 (o livro não cobre eventos como a gravação do álbum experimental "Lulu", com Lou Reed, ou a turnê com as quatro grandes bandas do thrash, o Big Four). O livro começa com dois capítulos destinados a contar a vida na infância e adolescência dos dois principais membros da banda: James Hetfield e Lars Ulrich. Enquanto o primeiro sofreu com uma educação rígida de seus pais, seguidores de uma seita religiosa de forte influência, que trouxe alguns traumas e acabou trazendo também muita temática para as letras feitas pelo vocalista, o segundo vivia num bairro nobre de sua cidade, na Dinamarca, com pais liberais que incentivaram seu gosto pela música e ainda tentaram que o filho tentasse uma carreira como a do pai, um tenista profissional bem-sucedido. Este foi o grande motivo de sua mudança para Los Angeles, para aperfeiçoar e treinar seu tênis. Mas ele acabou se tornando fã e colecionador de discos da NWOBHM.
A partir daí, o livro entra na mais que conhecida história de uma das maiores bandas de heavy metal de todos os tempos, iniciada em 1981 com um anúncio de Lars em uma revista, que chamou a atenção de James e iniciou tudo: a gravação da primeira demo (com "Hit The Lights"), a entrada de Dave Mustaine na banda, a gravação de uma das mais famosas demos de todos os tempos, "No Life 'Til Leather", a saída de Ron McGovney para a entrada de Cliff Burton, a polêmica saída de Mustaine e sua substituição por Kirk Hammett, até a gravação do primeiro álbum, o inovador "Kill 'Em All". E segue, descrevendo as turnês, os grandes discos com Cliff, a trágica morte dele num acidente de ônibus na Escandinávia, a escolha de seu substituto, Jason Newsted, mais álbuns gravados, o mega-estrelato atingido com o famoso disco preto (este disco e sua turnê tem três capítulos dedicados a eles), as polêmicas quando do lançamento de "Load" e "Reload", a saída de Newsted, a conturbada gravação de "St. Anger", com direito a psiquiatra no estúdio, a escolha do novo baixista Robert Trujillo, mais turnês, o último álbum "Death Magnetic", e se encerra quando o Metallica é indicado e recebe a glória de entrar no Rock And Roll Hall Of Fame, em 2009 (conforme já disse acima, o livro não cobre os eventos mais recentes envolvendo a banda, como a gravação do álbum experimental "Lulu", com Lou Reed, ou a turnê com as quatro grandes bandas do thrash, o Big Four).
A cada disco que a banda lançou, o autor procurou descrever as faixas, dando sua impressão e também trazendo as opiniões da crítica especializada quando do lançamento de cada um dos discos. O autor também procura mostrar o ambiente da banda na época de gravação de cada álbum: o primeiro, gravado em New York; os dois seguintes, na terra natal de Lars, Dinamarca; os seguintes, nos EUA, a grande maioria na California, terra natal da banda. Conta também com as impressões dos produtores: Paul Curcio e John Zazula, Flemming Rasmussen, Bob Rock e Rick Rubin.
Sobre os membros da banda, minha impressão ao ler o livro é que o autor não gostava muito de Dave Mustaine. Ele tem sua importância e sua contribuição para a banda diminuída em muitos pontos do livro, o que eu acho desnecessário, já que Mustaine e os membros do Metallica já não se odeiam tanto como antes (e quem já leu a biografia de Mustaine sabe que os fatos relatados são outros...). Os relatos sobre o tratamento que Jason sofreu quando entrou na banda, com todas as brincadeiras, é impressionante. A polêmica entrevista para a Playboy americana, quando James desaprovou qualquer participação de Newsted em projetos paralelos acaba sendo apontada como a gota d'água para sua saída da banda. Jason não tinha espaço para mostrar suas ideias, e também não podia extravasá-las em outros projetos. Ele acabou tendo que sair mesmo. Me parece que com Trujillo, o tratamento foi bem diferente e ele acabou se enturmando e contribuindo mais.
O livro tem uma leitura fácil, mas não traz grandes polêmicas; é baseado em entrevistas dos integrantes da banda em revistas e jornais, e também em depoimentos de pessoas próximas da banda - como a ex-namorada de Hetfield, Leah Storkson. Acredito que esta biografia tenha boa qualidade, mas em algum ponto teremos uma biografia com mais detalhes sobre a banda. Um livro de Jason contando seus anos da banda seria bastante interessante, ao meu ver. Mas, enquanto isso, ficamos com esta biografia, que cobre bem a história do Metallica!
Confira esta e outras resenhas de livros, discos e shows no blog Ripando a História do Rock.

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