Em entrevista à Rolling Stone, Geoff Tate falou pela primeira vez sobre o rompimento com o Queensryche.
Quando exatamente as tensões começaram?
Em
toda banda isso acontece em algum momento. São personalidades
diferentes. Nunca fomos um grupo de muitas tensões. Tínhamos desafios
com os discos e pessoalmente. Quando Chris DeGarmo saiu, em 1998, foi
algo que nos atingiu muito forte. Mas essa coisa nova surgiu do nada.
Não estava esperando por isso.
E como surgiu?
Acho
que foi em fevereiro desse ano. Começou com discordâncias sobre fatores
econômicos, queriam terceirizar nosso merchandising. Tínhamos controle
sobre isso e os outros três caras queriam passar para as mãos de alguém.
Parecia uma ideia ridícula para mim. Foi quando tudo começou.
E depois, o que rolou?
Fomos
forçados a tentar nos entender. Tentei fazer enxergarem que não era uma
boa saída. Para que tirar dinheiro do nosso próprio bolso e entregar a
outra pessoa? Nosso manager acabou achando outra empresa como
alternativa a que eles queriam. Ia custar menos, mas discordaram.
E musicalmente? Vocês se alinhavam?
Essa
é uma situação estranha também. No release, disseram que havia
diferenças criativas. Mas para se ter isso, é necessário, no mínimo, ter
duas entidades oferecendo ideias, o que não era o caso. Desde o
primeiro disco, o Queensryche foi baseado nos meus pensamentos. Os conceitos, os temas, tudo era criado por mim. Desde The Warning, passando por Rage
For Order, Operation: Mindcrime… Escrevi 81% das letras e músicas. Das
144 canções gravadas, escrevi 116. Sou a energia criativa do grupo,
especialmente após a saída de Chris. Quando ele estava ali,
compartilhávamos a tarefa, mas quando saiu, ficou tudo comigo. Sou
alguém criativo, escrevo todo dia. Apresentava a eles e nunca
discordaram.
O vocalista terminou a entrevista falando sobre a
frustração pessoal com os outros músicos. “Nos conhecemos há 30 anos.
Nossos filhos cresceram juntos. Compartilhamos churrascos, casamentos,
divórcios e nascimentos. Ter acabado dessa forma hostil é loucura.
Simplesmente não entendo”.
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